A parentalidade positiva permite ter uma relação mais amorosa e carinhosa com os filhos, sem deixar a disciplina de lado.

A educação positiva, também chamada de parentalidade positiva, consiste em ter uma abordagem mais sutil e baseada em gentileza na criação infantil. É por meio do amor e carinho que se constrói o vínculo afetivo. Palavras rudes, brigas, castigos e agressões não são a melhor solução para educar as crianças.

A relação entre pais e filhos muitas vezes é vista como complicada, algo que deixa traumas emocionais. Entretanto, não há necessidade de ser assim, pois é possível alimentar um relacionamento de confiança e acolhimento.

Para criarmos indivíduos com menos feridas emocionais, a educação positiva é o caminho ideal. Por isso, acompanhe para entender mais sobre esse conceito e como aplicá-lo.

O que é educação positiva ou parentalidade positiva?

Baseada no conceito esquematizado da terapeuta Jane Nelsen, a educação positiva surgiu na década de 1980 e teve como embasamento teorias da psicologia e psiquiatria formuladas por dois especialistas: Alfred Adler e Rudolf Dreikurs.

O trabalho dos profissionais era focado em encorajar pessoas a serem mais bondosas, respeitosas, responsáveis e resilientes. Para isso, foi demonstrado como é importante a criação de conexões com os outros, e a infância é uma fase fundamental na construção de comportamentos adequados.

A não violência é uma característica essencial da parentalidade positiva. Estabelecer esse tipo de comunicação e apoiar-se em gentileza e amor é o grande segredo.

De acordo com uma dissertação de mestrado sobre a parentalidade positiva, a educação parental proporciona uma aprendizagem que aborda maneiras de se comunicar que utilizam conhecimentos pedagógicos e psicológicos.

O que podemos passar através da criação com afeto e educação positiva?

Educação positiva ou parentalidade positiva

Desde pequenos, somos acostumados a ter contato com pessoas. Aliás, somos gerados dentro do útero de nossas mães, e isso diz muito sobre o motivo de gostarmos de um ambiente quentinho, harmonioso e tranquilo.

A primeira hora de vida do bebê é um exemplo disso, pois o colo da mãe, a amamentação e esse contato são fundamentais e capazes de influenciar nossas saúdes até a vida adulta. Isso deixa muito clara a importância do afeto para o bem-estar emocional na infância, e esses aprendizados ainda ajudam a solucionar problemas ao longo da vida.

Como seres sociais, a neurociência explica que nosso cérebro é considerado um órgão social. Nesse sentido, a criação afetiva, pautada em respeito e longe de chantagens e castigos, é vista como benéfica.

Portanto, a educação positiva é mais construtiva e, ao contrário do que algumas pessoas pensam, não dá total liberdade para os pequenos agirem como quiserem. Na verdade, são estabelecidas regras sólidas e limites, mas não há punições rígidas ou brigas.

Veja também: Educação sexual na infância: tudo o que você precisa saber

A importância do protagonismo infantil

Você já parou para pensar em como dar maior liberdade para os pequenos é importante para que eles cresçam mais responsáveis e independentes?

As crianças podem tomar decisões, expressar suas opiniões e têm poder de escolha. Elas também são indivíduos capazes de participar ativamente em suas próprias vidas — e é isso que chamamos de protagonismo infantil!

É nesse espaço que surgem os aprendizados e as crianças se desenvolvem. Portanto, colocá-las como protagonistas, dar autonomia e ensinar sobre responsabilidade também são ações que estão relacionadas à educação positiva.

Relação de educação positiva e apego seguro

Educação positiva e educação com afeto

Uma das principais preocupações dos pais é dar uma educação que ensine os filhos a lidar com situações adversas na vida, respeitar o próximo e ser gentil com os outros. A criação com apego seguro é uma forma de educar para que a criança cresça feliz e se sinta segura.

A parentalidade positiva e o apego seguro orientam sobre a criação amorosa, com responsabilidade afetiva e social. Mesmo com todo o amor, os pequenos têm seus momentos de destempero, em que ficam irritados e desrespeitosos. Contudo, até nessas situações é preciso tentar manter-se firme para orientar, e não brigar.

O apego seguro utiliza a calma, o ensino e o gerenciamento de sentimentos para que a criança tenha autoconfiança e autoestima. Os pequenos que crescem em um ambiente emocionalmente estável tendem a ser adultos que encaram com mais resiliência os desafios da vida.

Veja também: Como ensinar para as crianças a importância de respeitar as diferenças

Disciplina sem agressão

Até as gerações passadas ainda víamos muitos pais que acreditavam que a severidade era importante para criar os pequenos. Agora, depois de muitos estudos, sabemos que é exatamente o contrário. Alguns dos traumas de infância têm reflexos que são carregados durante toda a vida.

A educação positiva exige certo nível de esforço e dedicação dos pais. Afinal, não é tão simples encarar os problemas do cotidiano, lidar com momentos de birra e ainda manter a serenidade para educar e disciplinar sem agressão.

A parentalidade positiva é totalmente oposta à educação punitiva. Práticas como dar castigos, broncas e até agressões físicas (como as palmadas) não são nada benéficas na criação.

Essa rigidez ligada à educação tradicional é fechada ao diálogo, o que não permite que a criança entenda a situação, analise o próprio comportamento e compreenda o porquê do ensinamento.

Mas como agir na prática?

Educação positiva e criação com afeto

Diferentemente da educação tradicional com a qual estamos acostumados, a parentalidade positiva visa a encontrar meios afetivos para fortalecer o vínculo familiar. A transformação na educação promove melhorias cognitivas, deixa a criança mais segura, aumenta o rendimento escolar e tem outras vantagens.

Então, a maior dúvida que ainda fica no ar é: como sair da teoria e colocar a educação positiva em prática?

A resposta é que a principal característica que precisa ser cultivada é a paciência. A partir disso, veja algumas mudanças comportamentais e entenda como agir de acordo com a parentalidade positiva.

  • Não brigue, oriente: em vez de levantar a voz, xingar e proferir ofensas quando a criança faz algo errado, a educação positiva sugere conversar e explicar o porquê da atitude da criança estar errada.
  • Não mande, lidere: não é fácil manter a disciplina dos pequenos, mas usar a autoridade de pai e mãe para mandar também não é a solução.
  • Acolha e aconselhe: o diálogo ainda é a melhor alternativa para entender a criança. Pergunte o que aconteceu, o que ela está sentindo e o que você pode fazer para ajudá-la. Assim, ela se sente acolhida.
  • Empodere: estamos acostumados a elogiar as conquistas e lamentar as falhas. No entanto, os erros fazem parte da vida e os pequenos devem aprender que isso não é o fim do mundo. Portanto, acolha a criança nas falhas e mostre que elas são normais, pois ela está aprendendo.
  • Ensine e mostre afeto: as demonstrações de amor são como instruções não ditas que expressam carinho e afeto. Dessa forma, pequenos gestos, a dedicação de tempo de qualidade juntos e outras ações são manifestações que encorajam os pequenos a também serem mais afetuosos.

Manter uma relação amorosa, ter momentos de diversão em família, não permitir violência e desenvolver vínculos fortes são alguns pontos essenciais da educação positiva. Essa nova perspectiva é encorajadora e criará uma geração independente e que se preocupa com o próximo, portanto, mais amável e respeitosa.

A leitura tem um papel fundamental nesse contexto, pois pode apresentar uma grande diversidade de assuntos para os pequenos. Os livros são encantadores e você pode usá-los como aliados para praticar a parentalidade positiva. Conte com o Clube de Leitura Quindim para receber todos os meses livros incríveis na sua casa para ler com as crianças!

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