Você já ouviu falar em inteligência emocional? De maneira geral, podemos dizer que ela é a capacidade de reconhecer, identificar e lidar com as diferentes emoções e sentimentos que experimentamos ao longo da vida, e de fazer o mesmo com as pessoas que nos cercam.
Em especial, a inteligência emocional é o que nos capacita a lidar da melhor maneira possível com nossas frustrações, problemas, limitações, limites e os “nãos” que receberemos naturalmente durante a vida, tanto das circunstâncias quanto das pessoas.
Neste artigo, vamos conversar mais sobre a inteligência emocional, de que maneira você pode incentivar seu desenvolvimento nas crianças e qual a sua importância no dia a dia, quando convivemos em sociedade.
O que é inteligência emocional e qual sua importância
Como dissemos, a inteligência emocional consiste justamente na capacidade de reconhecer em si mesmo e nos outros os diferentes sentimentos e emoções que experimentamos no dia a dia. Além disso, é a habilidade de lidar com esses sentimentos, dando nome a eles e gerindo seu poder em nossas vidas.
O primeiro passo para lidar bem com um sentimento é conseguir reconhecê-lo e distingui-lo dos demais. Por exemplo, remorso e arrependimento podem até parecer a mesma emoção, mas são bem diferentes.
Você pode até se arrepender de ter feito uma coisa boa para outra pessoa, mas o remorso só se apresenta quando temos consciência de algo que não deveria ter sido feito.
Vamos ver um exemplo: sua irmã fez seu doce favorito e você levou o último pedaço para comer no trabalho. Um colega viu, elogiou e, para não ser grosseiro, você dividiu a fatia com ele.
Apesar de seu colega ter ficado grato e feliz, você pode se sentir arrependido por ter compartilhado o doce. Afinal, era o último pedaço e você queria muito ter comido mais!
Por outro lado, imagine que esse mesmo colega abriu a geladeira de uso comum no trabalho, viu um potinho com um doce apetitoso e comeu sem nem perguntar de quem era. Alguns minutos depois, ele ouviu você comentar, bastante chateado, que o doce feito pela sua irmã simplesmente desapareceu.
Como você se sentiria diante das reações possíveis do seu colega? Ele confessar ter comido o doce, pedir desculpas e lamentar o ocorrido vai provocar os mesmos sentimentos se não houver qualquer demonstração de remorso?
Como você pode ver, reconhecer as emoções faz toda a diferença na maneira com que conduzimos as situações, e com as crianças não é diferente. Por isso é tão importante ajudar os pequenos a desenvolver essas habilidades o quanto antes, ainda na primeira infância.
Como desenvolver inteligência emocional
Falar sobre as emoções é um primeiro passo muito importante para lidar melhor com os sentimentos. Conversar ajuda a entender o que se está sentindo. Além disso, acolher esses sentimentos também é fundamental para criar uma postura mais resiliente e positiva diante dos acontecimentos da vida.
Por isso, se o seu objetivo é desenvolver inteligência emocional nos seus filhos, alunos ou outras crianças com quem convive regularmente, coloque-se em uma posição aberta e disposta a falar de sentimentos. Você pode liderar pelo exemplo, falando de si mesmo, para que assim os pequenos se sintam seguros e estimulados a fazer o mesmo.
Além do exemplo, existem outras práticas que você pode adotar no dia a dia com as crianças, de maneira a incentivar o diálogo sobre as emoções e as atitudes saudáveis com relação aos sentimentos delas mesmas e das outras pessoas. Vamos ver algumas dicas a seguir.
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Dicas para ajudar no desenvolvimento da inteligência emocional das crianças
Como dissemos, o primeiro grande movimento para incentivar o desenvolvimento da inteligência emocional das crianças é o exemplo. Você pode até achar que é uma boa ideia esconder seus sentimentos dos seus filhos, mas, na verdade, ao fazer isso você os está privando de uma importante lição da vida: a de que seus pais são humanos e, portanto, sujeitos a errar.
Vamos ver mais um exemplo. Se você já pediu várias vezes para o seu filho organizar os blocos de montar antes de começar a brincar com carrinhos ou bonecos, e ele esqueceu mais uma vez, fale sobre isso! Opte pela conversa em vez de começar a recolher os blocos com raiva, esbravejando que só você mantém a casa organizada e que vai jogar tudo no lixo.
Chame a criança para conversar e diga: “Filho, lembra que eu pedi para guardar os blocos antes de pegar outros brinquedos? Quando você não faz o que eu peço eu me sinto frustrado, triste e um pouco zangado também, porque não me sinto ouvido. Hoje eu posso te ajudar a guardar os blocos, mas que tal se você fizer isso da próxima vez?”.
Dessa maneira, se você fizer algo que o seu filho não gostar, ele também se sentirá seguro e confiante para tocar no assunto com você. Imagine os benefícios que isso poderá trazer a médio e longo prazo, tanto para ele como indivíduo (capaz de se colocar no mundo e falar sobre sentimentos) quanto para a relação de vocês.
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Falar não é fácil, mas é fundamental
Seu filhote precisa saber que pode conversar com você sobre como se sente, ainda que os sentimentos não sejam bonitos e fofinhos. Nós costumamos aplaudir de pé uma criança que esbanja amor, que diz o quanto gosta dos pais, dos irmãos e dos amiguinhos, mas basta que comece a chorar por não querer dividir um brinquedo e pronto! Lá vamos nós dizendo “que coisa mais feia…”.
Os sentimentos, mesmo aqueles considerados negativos como raiva, tristeza e decepção, são naturais. Todos nós nos sentimos assim em vários momentos da vida, e fazer de conta que não, é bastante nocivo, especialmente porque não faz a emoção desaparecer – ela continua ali, oculta e mal resolvida.
Por isso, se a criança estiver passando por dificuldades, incentive que fale sobre as emoções, sejam elas quais forem. É muito melhor ouvir sua filha dizer que ela ficou muito zangada com uma amiguinha que quebrou seu brinquedo do que ela fazer de conta que nada aconteceu e depois bater na menina na hora do recreio na escola.
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Respeito é bom e todo mundo gosta
Não adianta você incentivar seu filho a falar sobre suas emoções e desvalorizar o que ele disser. Pode parecer bobo para você, mas se seu filho se sente inseguro diante de crianças desconhecidas, e fala sobre isso com você, não diga que é besteira ou frescura e que assim ele nunca fará amigos.
Reforce as qualidades do seu filho para que ele entenda o quanto tem a acrescentar e para que veja por que as outras crianças podem querer ser suas amigas. Não ridicularize nem force a criança, mas busque o equilíbrio.
A empatia é a chave de tudo
Se você for verdadeiramente aberto e estiver disposto a compreender o seu filho, com todas as nuances da sua personalidade e desafios que ele irá enfrentar ao longo da vida, as chances de que ele tenha empatia e alteridade com outras pessoas é muito maior.
Vamos a mais um exemplo prático: se o seu filho machucou um amiguinho, mesmo que tenha sido sem querer, você pode dizer o clássico “vá pedir desculpas” ou pode perguntar como ele se sentiria se alguém o tivesse machucado.
Assim, seu pequeno vai entender que há muito mais valor em ser sincero sobre o que está sentindo do que agir mecanicamente por ser o que se espera dele.
O poder da leitura no desenvolvimento da inteligência emocional
As histórias podem nos transportar para mundos e vivências totalmente diferentes das nossas. Essa é uma maneira incrível de desenvolver a empatia em específico e também a inteligência emocional de maneira mais ampla. Assim, contar histórias para o seu filho é uma grande ferramenta para falar sobre sentimentos, emoções, como lidar com elas e como respeitá-las nas demais pessoas.
No site do Clube Quindim, o nosso clube de assinatura de livros infantis, você encontra vários títulos de literatura de qualidade disponíveis para falar sobre as emoções com as crianças na sua vida. A novidade é que agora você consegue configurar a pesquisa para filtrar os resultados de acordo com o objetivo da sessão de leitura.
Assim, é possível encontrar títulos para rir, se emocionar, refletir, falar sobre diversidade, individualidade e muito mais. Navegue pelo nosso site, você vai se surpreender!
O erro é nosso amigo
Errar pode não ser divertido, mas ensina que é uma beleza. Mostre para a criança como o erro pode ajudá-la a superar dificuldades e desafios futuros. Sobretudo, normalize o erro: ninguém nasce sabendo nem é obrigado a acertar de primeira (nem de segunda ou terceira até).
A vida é feita de muitos momentos de dúvida, incerteza e tentativas que frequentemente serão falhas, e todos nós passamos por isso. Mostre para as suas crianças que não há nada de errado nisso, para que elas não se sintam incapazes de aprender ou crescer simplesmente por errar.
No entanto, não esqueça de reforçar também a importância de não desistir nem de se deixar paralisar pela falha e pela frustração. Buscar caminhos e alternativas pode ensinar a criança sobre resiliência, persistência e desenvolver um raciocínio engenhoso muito útil para a vida.
Mais do que tudo isso, é fundamental demonstrar para as crianças que elas não precisam ser perfeitas para merecer o nosso amor.
Lidar com as frustrações é melhor do que ignorá-las
Fazer de conta que uma coisa não aconteceu não vai fazê-la desaparecer. Por isso, quando a criança se deparar com uma situação que provoque sentimentos difíceis de lidar, como a raiva e a frustração, ofereça alternativas para que ela lide com isso da melhor maneira possível.
É claro que a comunicação é fundamental nesse processo, mas nem tudo precisa ser dito com palavras. Música, dança, esportes, pintura e outras formas de expressão artística podem ser ótimas alternativas para lidar com as emoções.
Na medida do possível e de acordo com a sua realidade, ofereça possibilidades para a sua criança descobrir de que maneira prefere se expressar. Os pequenos também precisam de momentos para esfriar a cabeça e digerir os acontecimentos, exatamente como nós.
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