Dia 8 de março já está logo aí. E, todo ano no Dia Internacional da Mulher, nos deparamos com a mesma história: muitas pessoas parabenizando as mulheres por serem doces, guerreiras, mães incríveis. Chegam flores, homenagens de todos os lados. Não que não gostemos de flores ou de homenagens, muito pelo contrário. Gostamos muito, mas esse dia representa muito mais do que esse tipo de manifestação. 8 de março representa um marco na luta feminina para conseguir condições equiparadas às dos homens. Saiba mais.
A história por trás do Dia Internacional da Mulher
Foi em 1975 que a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data, mas a história conta que o primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908, nos Estados Unidos. À época, cerca de 1500 mulheres realizaram uma manifestação pela igualdade econômica e política. Em 1911, infelizmente uma tragédia também fez parte da oficialização, anos mais tarde, do Dia Internacional da Mulher. Naquele ano, cerca de 130 operárias morreram carbonizadas em um incêndio criminoso em uma fábrica têxtil.
A partir desse triste acontecido, sindicatos e movimentos trabalhistas dos Estados Unidos uniram-se para lutar contra as condições precárias de trabalho, com jornadas de 15 horas por dia e salários baixíssimos. De 1914 a 1918, período da Primeira Guerra Mundial, muitos protestos surgiram em todo o mundo, dando ainda mais força ao movimento. Anos depois, apenas em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o primeiro acordo internacional de princípios de igualdade entre mulheres e homens. Cerca de 15 anos depois, em 1960, o movimento feminista ganhava destaque para, somente em 1975, a data ser oficializada como conhecemos hoje.
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A luta das mulheres no Brasil
No Brasil, a batalha das mulheres ganhou uma força gigante nos anos 20 e 30, com o movimento sufragista, uma luta pela participação de mulheres na política. Foi graças a ele, que, em 1932, 90 anos atrás, as brasileiras conquistaram o direito ao voto.
Ou seja, foram anos e anos de luta feminista para conseguir o mínimo do mínimo de conquistas. Mas, até hoje, nos deparamos com desigualdades. De acordo com a ONU, a diferença salarial entre homens e mulheres em todo o mundo é de 16%, sendo ainda maior quando o recorte acontece com mulheres negras e mães.
No Brasil, essa diferença chega a ser 34%, segundo um estudo da agência de empregos Catho de 2021. Isso apenas no âmbito salarial, sem contar as inúmeras batalhas diárias que mulheres ainda precisam vivenciar em pleno 2022. Discriminações e violência física e moral ainda fazem parte do dia a dia da mulher.
Por isso, o 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, não é uma data nada comemorativa. É um marco para relembrar todas as lutas, as conquistas na base de muito suor e todo longo caminho que ainda temos pela frente. Muita coisa mudou, claro. Mas há ainda um caminho gigantesco para, de fato, tratarmos como uma data comemorativa. Até lá, é importante termos a consciência desse cenário ainda tão desigual, cobrarmos políticas afirmativas e reconhecermos nosso papel para a mudança efetiva desse panorama.