Quem já passou pelo processo de desfralde sabe que pode ser bastante desgastante para pais, professores e para a própria criança. É um momento importante para o desenvolvimento e a conquista da autonomia. Por outro lado, uma ação apressada ou atrapalhada demais pode assustar o pequeno. Para garantir a melhor vivência para você e seu filho, nada melhor do que dicas de quem já passou por tudo isso. A equipe do Quindim ouviu algumas mães e colheu ótimas sacadas do pessoal do blog Potencial Gestante. Vamos conferir?
1. Sinais de desfralde
Saber a hora certa de desfraldar é uma das maiores angústias dos pais. Estar atento aos sinais que a criança dá pode ser o caminho para o sucesso. Mas que sinais são esses?
Segundo Luíza Diener, mãe de Benjamin, 7, Constança, 5, e Guadalupe, 2, no seu perfil no Instagram, “existem os sinais iniciais, como verbalizar xixi e cocô e puxar a fralda”. Depois, há sinais mais claros, como a capacidade de identificar quando vai fazer suas necessidades.
Já Luíza conta que decidiu desfraldar sua filha caçula, “ela pedia para fazer cocô no penico ou na privada, pedia para usar calcinha e para ir ao banheiro quando estavam fora de casa.”
O apoio de um pediatra também pode ser interessante nesse momento. Karin Hueck, mãe de Benjamin, de 2 anos, conta que foi a médica que alertou que seu filho estaria pronto para o processo, por falar bem e já ter condições de se expressar. “Ele já pedia para fazer suas necessidades em um penico”.
Ter o auxílio da escola é outro fator importante e precisa estar alinhado com os procedimentos de desfralde dentro de casa. “Se informar com outras mães e ler textos e livros sobre o assunto é outra boa ideia”, segundo Fabiana Ramos, mãe de Maria Luiza, 9, e Jorge, 4.
2. O tempo da criança
No quesito tempo existe uma unanimidade: aguardar os sinais da criança faz toda a diferença! Afinal, “Não adianta forçar se a criança não estiver pronta”, lembra Luíza. Ter muita paciência é fundamental! No processo de desfralde é bem comum acontecer escapes de xixi e cocô na roupa ou pela casa. Mas definitivamente, respeitar o tempo do pequeno, apoiá-lo e garantir uma vivência amorosa, facilita o aprendizado e minimiza os traumas e aborrecimentos.
3. Estimule a criança
Como incentivar a criança no período do desfralde? Karin diz que uma boa dica que recebeu da escola foi levar o pequeno para comprar cuequinhas e ter conversas francas sobre o processo.
Fabiana lembra que deixar o penico próximo e a tampa do vaso levantada facilita o acesso. Também vale convidá-lo para ir ao banheiro com frequência. Nem sempre o pequeno vai perceber imediatamente que está com vontade. “Quando meu filho estava entretido, brincando ou com um amigo, também tinha de lembrá-lo mais vezes de ir ao banheiro”, conta.
Luíza fala que criar um ritual é uma boa forma de começar o desfralde. “Você pode levar a criança de manhã ao banheiro, para escovar os dentes e fazer suas necessidades, assim como ao final do dia.”
4. O calor ajuda
Deixar a criança só de cueca ou de calcinha, o que é mais confortável nos dias quentes, pode ser uma boa ideia de facilitar o processo de desfralde. As temperaturas mais altas também facilitam para lavar e secar roupa. Uma realidade na casa de quem desfralda um filho é o volume de peças sujas.
5. Penico ou redutor de vaso?
Antes de sair comprando penicos que tocam música ou o redutor de vaso cheio de ilustrações bonitinhas, vale consultar seu filho. Luíza Diener dá a dica de testar o acessório antes de adquiri-lo. “Só na prática para saber o que seu filho vai preferir e com o que vai se adaptar melhor.”
Além disso, cada opção tem pontos positivos e negativos: enquanto o redutor é mais higiênico, o penico é mais acessível para a criança, por sua altura e pode ser transportado a todo lugar.
6. Evite voltar atrás
Depois que o desfralde é iniciado, o melhor é seguir até o final. Claro, quando se trata de educar e ensinar um filho, é preciso ter flexibilidade e compreensão. Se perceber que o pequeno não está pronto e que o processo não está sendo respeitoso, vale adiar por um tempo e consultar um especialista. Mas se os sinais são claros, persista. Algumas vezes, para evitar desconfortos, tiramos a fralda da criança em casa, mas colocamos para um passeio, por exemplo, o que pode gerar confusão.
7. Mantenha a tranquilidade
Karin pontua que o sucesso da experiência para o seu filho veio de sua tranquilidade. “Como vamos nos mudar de país, eu tinha três meses para desfraldá-lo. Mas, ainda assim, encarei com tranquilidade e sem desespero. Se tivesse que voltar atrás e tentar de novo não seria um problema”.
Definitivamente, a tranquilidade dos familiares, professores e outras pessoas que convivem com o pequeno é fundamental para atravessar qualquer processo com mais segurança. Há ainda uma série de livros infantis que podem contribuir no processo, conheçam a seguir!
Livros infantis que podem ajudar no desfralde
A literatura pode ser um grande apoio para esse momento da vida da criança. Logo, alguns livros infantis ajudam a desmistificar o processo do desfralde e mostram que fazer cocô ou xixi é algo normal para. É o caso destes títulos:
– O que tem dentro da sua fralda?, de Guido Van Genechten (Brinque Book)
– Cocô no trono, de Benoît Charlat (Companhia das Letrinhas)
– Apertado, de Guido Van Genechten (Brinque Book)
– Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela, de Werner Holzwarth (Companhia das Letrinhas)
*As imagens são dos livros Apertado e Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela, ambos selecionados e enviados para os assinantes do Clube de Leitura Quindim.