Um dos grandes charmes da Flip é a Praça da Matriz, com suas árvores de livros infantis pendurados e expostos em tapete redondo, em um delicioso convite para a leitura a toda a família.
São muitas árvores e muitos livros! Por isso, convidamos as mulheres abaixo, que estiveram na mesa sobre curadoria conosco, para responderem: Qual livro infantil destas árvores vocês indicam aos leitores do Clube Quindim?
É uma indicação melhor que a outra, confira! Depois, assista a LIVE do bate-papo do qual todas participaram, “Curadoria, uma conversa olho no olho”, que aconteceu na Flip 2018, na Casa Libre, com curadoria do Clube de Leitura Quindim, e conheça os critérios de seleção de cada uma delas, a importância da curadoria e da formação do leitor.
Daisy Carias, A Cigarra e a Formiga
Indicou o livro infantil João do Pum, de Mario Prata e Caco Galhardo, publicado pela Companhia das Letrinhas.
“Tenho dois meninos bagunceiros em casa, que não resistem a uma gargalhada – por isso, se tem um assunto que não sai de moda por aqui é esse: puns, melecas e afins. Até na literatura! João do Pum é a reedição de um clássico do Mario Prata, publicado pela primeira vez em 1983. Nesta edição da Companhia das Letrinhas, recebeu nova cara, com ilustrações do Caco Galhardo – supercoloridas, no maior jeito de quadrinho! Pois João Antonio Francisco Ronaldo Luiz da Silva era mais conhecido como João do Pum porque bem… vocês já devem imaginar. Era pum o tempo todo – o que fazia com que nem todo mundo gostasse dele. O que ninguém imaginava é que, um dia, só ele, ou melhor, seus puns, poderiam salvar o povo de uma grande tragédia! Pra rir alto com as crianças – inclusive aquelas que acham que não gostam de ler!”
Padmini, Bamboleio
Indicou o livro infantil Maria quer o mundo, de Manoel Ricardo de Lima e Rachel Caiano, publicado pela Editora SM.
“Maria quer o mundo. E todo o universo é seu brinquedo. Este é um livro que mergulha pelo olhar poético no universo interior da criança. Inova em seu texto, que tem um pouco de prosa e outro tanto de poesia. Não há um grande acontecimento narrativo, ou qualquer jornada do herói. O que importa são os detalhes, que vão encantando o leitor. Tudo pode ser importante, desde o grande amor de Maria pelo mundo, até a baba que sai de sua boca enquanto dorme e forma uma lagoinha no travesseiro. Porque este é um livro feito de detalhes, construídos também por meio da ilustração tão delicada. Traz o melhor da literatura, já que não há lugar nenhum para se alcançar. Só precisamos relaxar e nos deliciar com a beleza da infância e da linguagem. Maria ‘se equilibra num fiozinho de vida feliz’ e ‘sonha em ter pernas de pau, as mais altas do mundo’.”
Malu Carvalho, Mergulho Literário
Indicou o livro infantil Tarde de inverno, de Jorge Luján e Mandana Sadat, publicado pelas Edições SM.
“Tarde de inverno é dos livros que aquecem o coração. Ao desenhar uma lua em um vidro embaçado, e por ela ver a mãe se aproximando, a criança se põe a compartilhar pelos traços que delineia no vidro o amor pela mãe. Enquanto espera o retorno dela, a criança tece imagens que preenchem a espera com sensibilidade.
Com palavras e imagens poéticas, os autores Jorge Luján e Mandana Sadat levam o leitor a mergulhar na intensa relação entre mãe e filho, no fator da separação e a alegria do reencontro.
Daqueles livros que nos despertam o carinho e fazem todo o sentido entre os pequenos leitores, mas arrancam suspiros de leitores de qualquer idade.”
Isabella Zappa, Na corda bamba
Indicou o livro infantil Chão de peixes, de Lúcia Hiratsuka, publicado pela Pequena Zahar.
“Chão de peixes é um livro de memórias. Memórias poéticas da pequena Lúcia em sua infância passada em um sítio no interior. As ilustrações também transbordam poesia! Nelas, Lúcia utiliza o sumiê, técnica oriental na qual o desenho é feito a partir de alguns traços leves e precisos. Ler Chão de peixes é viajar com Lúcia por uma infância bucólica, com aroma do campo, gosto de bolinho de chuva e sensação de orvalho fresco.”
Curadoria, uma conversa olho no olho
Na Flip 2018, essas mulheres estiveram presentes para participar do bate-papo “Curadoria, uma conversa olho no olho”, mediado pela professora e produtora cultural Lêda Fonseca, realizado na Casa Libre & Nuvens de Livros, com curadoria do Clube de Leitura Quindim.
Na mesa, elas conversaram com Renata Nakano, cofundadora do Clube Quindim, sobre como indicar livro infantil em um mundo com tantas opções de livros e entretenimento para as crianças.
As participantes lembraram que em grande parte não é a criança que escolhe, mas os pais e professores. Enfatizaram a importância da família na formação do leitor, que acaba sendo muito delegada à escola. Como colocou Renata Nakano, cofundadora do Clube Quindim, “o afeto é o maior formador de leitor”, e por isso a família tem um papel importantíssimo na mudança do cenário da leitura no país.
Outro ponto abordado pelas participantes é o fato de que o livro infantil é visto com frequência como um objeto com função clara de educar, ensinar ou moralizar. A literatura, porém, mais que ensinar sobre determinado assunto, ensina a pensar, pois desenvolve o pensamento crítico e autônomo, fazendo com que nos tornemos seres livres e reflexivos. Confira abaixo o papo completo!
Curadoria, uma conversa olho no olho – Parte 1
Curadoria, uma conversa olho no olho – Parte 2
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APROVEITE ESTE MOMENTO PARA INCENTIVAR A LEITURA!