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Autocuidado: por que ele é muito mais do que uma máscara facial

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Você provavelmente ouviu falar nesse termo neste ano que vai chegando ao fim. Só na plataforma Instagram, quando se busca pela hashtag #autocuidado, é possível acessar mais de 500 mil posts. Nesses tempos corridos, em que muitas pessoas estão estressadas e trabalhando muitas horas, a ideia do autocuidado tem sido apresentada não apenas como uma forma de reconexão consigo mas acabou se esvaziando em uma indústria do consumo que muitas vezes determina padrões que mais oprimem do que nos reconectam com nós mesmos.

O efeito do autocuidado

Pesquisas indicam que promover o autocuidado, como reconexão consigo mesmo, ajuda a ampliar a produtividade, melhora a saúde mental, aprimora as relações pessoais e de trabalho, bem como tem a potência de impactar na qualidade de vida em geral. Afinal, feito em profundidade, pode conduzir o indivíduo a um maior equilíbrio emocional e a um aprimoramento do autoconhecimento. Não à toa é indicado também como importante no processo de educação das crianças. Está, inclusive, listado como competência essencial na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o documento que define o conjunto de aprendizagens que todos os alunos devem desenvolver na Educação Básica.

De acordo com a orientação, o autoconhecimento e o autocuidado são importantes para se conhecer e, além disso, se compreender na diversidade humana e se apreciar. Por meio deles, pode-se cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade de lidar com elas.

Diante de tudo isso, pensar o autocuidado para as mães é vital. Pois, no começo da vida da criança, com todas as demandas e a revolução em nossa vida que ela traz, é fácil se perder de si. O resultado desse processo pode levar à tristeza e à depressão, mas, se vivido amparado pelo autocuidado, apresenta-se como uma experiência muito potente. Trata-se do que a autora Laura Gutman chama de “encontro com a própria sombra”, ou seja, uma visita ao lugar interno em que vivem nossos medos e angústias, e do qual podemos voltar muito fortalecidas.

O perigo das distorções do termo

A forma como a publicidade e as redes sociais se apropriaram do conceito, porém, foi esvaziando o termo. E, para muitos, autocuidado se tornou sinônimo de fazer máscara facial ou de fazer as unhas, por exemplo. Esses rituais podem até fazer você se sentir melhor, mas também podem ser opressões do padrão de beleza para muitas mulheres.

Além disso, com a febre em torno dessa ideia, o autocuidado virou mais uma obrigação da lista de itens diários que muitas de nós têm que dar conta, como o famoso skincare. Ele pode ser considerado autocuidado para muitos, mas para outros, em especial para mães que vivem na correria do trabalho, de ter que dar conta de uma casa e de filhos, pode se tornar mais uma fonte de ansiedade, como mais alguma coisa que não estamos conseguindo fazer. Assim, em primeiro lugar, antes de iniciar a cruzada rumo ao autocuidado, é preciso ter calma e paciência consigo. É preciso olhar para si e entender o que autocuidado significa para você.

Como promover o autocuidado

Uma das “pegadinhas” de uma abordagem mais superficial do autocuidado é acreditar que há dicas fáceis e prontas para acessá-lo. A verdade é que cada pessoa precisa olhar para si cuidadosamente a fim de entender o que faz bem a ela: atividades que lhe dão prazer, que geram reconexão e felicidade. É algo muito pessoal e que pode mudar ao longo da vida, da mesma maneira que nos transformamos constantemente.

Apesar disso, algumas ações podem ajudar, como meditar, se alimentar bem, praticar atividades físicas prazerosas, encontrar-se com a natureza, repensar o consumismo e procurar satisfação no que não tem valor monetário agregado, estar com quem se ama (e de forma saudável), diminuir a conexão digital e ampliar a conexão física.

Autora: Vanina Starkoff
Editora: Pallas Mini

Alguns livros podem ser bons parceiros dessa viagem, e um deles está na Seleção Quindim de novembro. Pelo Rio, de Vanina Starkoff, é uma obra muito colorida e alegre. Ela pode ser vista como uma metáfora para a vida, onde as pessoas navegam rio abaixo em busca do próprio ritmo. Porém, mais importante do que encontrar o destino final é aproveitar o caminho, se conectar com os outros ou consigo mesmo, se deixar levar pela beleza da natureza, construir memórias e se entender melhor, como um ser único, diferente de todos os outros, repleto da beleza que a vida guarda em cada um de nós.

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