QUANDO PODE SER UM PROBLEMA?

AGENDA LOTADA NA INFÂNCIA

Para muitos, o início do ano é uma época de planejamento, de resgatar o que queríamos ter feito, definir metas e listar o que queremos e precisamos fazer. Não é raro encontrar mães, pais e cuidadores fazendo o mesmo com a agenda das crianças. 

Além do horário destinado à creche ou escola, nessa organização podem entrar também várias outras atividades como cursos de idiomas e esportes, aulas de dança, de artes e muito mais.

Ainda que a intenção seja a melhor possível, uma agenda lotada pode trazer consequências desagradáveis para os pequenos, como ansiedade, estresse e uma autocobrança exagerada, cujos efeitos poderão ser sentidos por muito tempo na vida adulta.

O livro infantil O urso contra o relógio fala justamente sobre isso. Cansados de lidar com os atrasos do urso, seus familiares o presenteiam com um relógio e, a partir daí, o personagem passa a estar sempre de olho nos ponteiros para não perder nenhum dos seus (muitos) compromissos.

São aulas e mais aulas de tudo o que se pode imaginar, uma seguida da outra. O urso vai vivendo assim, correndo atrás do tempo em uma batalha que não pode ser vencida, até que fica doente. Ele vai ao médico e descobre que o seu remédio é um só: descansar.

OS RISCOS DA AGENDA LOTADA PARA A SAÚDE

Além do mais óbvio, que é a falta de tempo para brincar e ficar à toa, uma agenda lotada pode se transformar em sinais de estresse variados, como irritabilidade, mau humor, dores de cabeça e no corpo, dificuldades para dormir, falta de apetite e enjoo, entre outros.

Mesmo quando a criança demonstra interesse e entusiasmo pela atividade, cabe a nós mediar a situação para que outras coisas além de atividades, cursos e tarefas, encontrem espaço na programação diária.

Vale destacar que o ócio, inclusive, precisa ocupar um lugar de destaque nessa lista. Nossa busca deve ser por dosar as demandas de maneira que a criança tenha tempo de fazer o que precisa ser feito, o que ela gosta de fazer e, também, não fazer nada

Em resumo, precisamos permitir que a criança tenha tempo para ser criança, com tudo aquilo que isso implica – inclusive a sensação de tédio!

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